Esta obra foi composta por Mozart, numa altura em que ele defronta grandes dificuldades. Alguns amigos vieram em seu auxílio: o clarinetista Anton Stadler, Michael Pughberg e Jacquin que o acolheu em sua casa; Compõe para eles algumas obras entre elas o Trio, chamado «das Bolas», assim chamado por ter sido escrito durante uma partida de bolas no jardim de Jacquin. Terá sido o próprio Mozart a estrear a própria obra, tocando viola d’arco, juntamente com os seus amigos.
________________________________________
Toda esta obra é cheia de ternura, de poesia bucólica, renunciando ao virtuosismo, tornando os três instrumentos numa fusão muito próxima.
No I andamento, Andante (mi b maior), Mozart escolhe um carácter íntimo, docemente embalado em 6/8, que evoca as sombras e a frescura, num jardim Vienense. O primeiro tema com o seu gruppetto característico, é apresentado pelo piano e pela viola, sob forma de pergunta-resposta, em oito compassos; depois encontra a sua forma perfeita no clarinete, levando pelos arpejos do piano, que por sua vez se apodera dele, sobre os arpejos da viola. Após uma «ponte» modulante, sobre a cabeça do tema, aparece a segunda ideia cantada pelo clarinete, sobre apoio do piano. Volta de novo o piano a retomar este segundo tema, ornamentando-o com o gruppetto do primeiro tema. Este primeiro tema será retomado quarenta e uma vezes durante este andamento! Segue-se um jogo de modulações e a coda final.
_________________________________________
A obra que vos apresento, tem a dignidade de ser interpretada com músicos de nacionalidade portuguesa. Ao piano António Rosado, reconhecido nacional e internacionalmente, António Saiote no clarinete, que tem demonstrado um percurso musical relevante, e a nossa querida Ana Bela Chaves na viola, que tanto nos tem honrado no mundo musical. Espero que gostem!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário