As seis Suites para Violoncelo de Bach foram compostas por volta de 1720 (desconhece-se a data exacta das composições), mas apenas conheceram a primeira impressão 100 anos mais tarde, em 1825. O propósito para que terão sido compostas é igualmente incerto, acreditando-se que terão sido criadas para dois violoncelistas da corte de Cöthen, onde Bach trabalhou: Bernard Linigke, que foi indubitavelmente o primeiro intérprete das Suites, e Karl Ferdinand Abel.
No plano formal, as Suites seguem o modelo da suite de danças, tendo sempre a seguinte sequência: Allemande – Courante – Sarabande – Menuets ou Bourrée ou Gavotte – Gigue. A principal diferença em relação à habitual sequência da suite de danças é a inclusão de Prelúdios na introdução de cada uma das seis suites, que constituem os números musicais mais inesperados e complexos destas seis obras. No geral, as danças são peças alegres e ligeiras de carácter, contrastando com este espírito principalmente as sarabandas (danças mais lentas), que são marcadas por uma expressividade geralmente mais intensa, grave, elegante e sóbria.
A principal riqueza e inovação destas obras consiste na ilusão harmónica criada pelas linhas melódicas de Bach. Embora Bach não tenha sido o primeiro compositor a escrever para violoncelo solo, o compositor germânico conseguiu, como mais ninguém até então, criar no violoncelo a ilusão do contraponto, da polifonia e da progressão harmónica (ao estilo do baixo cifrado do barroco) através de uma escrita idiomática para violoncelo em uma única linha melódica.
As Suites foram transcritas para vários intrumentos, nomeadamente para viola d'arco, existindo igualmente inúmeras interpretações destas obras.
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Deixo-vos um vídeo com uma entrevista a Maxim Rysanov, na qual o violetista interpreta partes da Suite nr.1 em SolM; Suite nr.4 em MibM e Suite nr.5 em Dóm de J. S. Bach.
Espero que gostem!
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