terça-feira, 4 de maio de 2010

Ao longo da história…

Na história da música clássica, a viola tem desempenhado um papel bastante importante, reconhecida por diversos compositores e autores de tratados. Na verdade, a viola d’arco foi a Cinderela da família no século passado (séc. XX), que com o seu notável poder expressivo fez surgir os grandes virtuosos da viola, atraindo o interesse de muitos compositores.

A evolução da viola d’arco teve início por volta de 1500, em Itália, a partir de instrumentos de arco anteriores. Ou seja, não há ao certo uma origem determinada, mas sim um conjunto de mudanças ao longo dos tempos, até à estrutura que hoje conhecemos.

O termo viola na Idade Média era uma denominação comum entre todos os instrumentos de cordas tocadas com arco, existindo muitas variações que correspondiam a cada uma das extensões da voz humana.
A forma da viola d’arco como é hoje conhecida não foi inventada, mas foi sim o resultado de uma evolução de formas diferentes, por artesãos diferentes. Há pinturas e outros documentos, que provam ao longo dos tempos, que os luthiers (construtores de instrumentos) experimentaram vários formatos e tamanhos os instrumentos de arco.

De qualquer forma, os primeiros a construírem estes instrumentos com a forma que conhecemos hoje em dia foram Andrea Amati, (n. 1505) e Gasparo da Salò (n. 1540). Os instrumentos feitos por estes luthiers italianos possuem um tamanho bastante maior do que o da viola actual. Mais tarde fabricaram-se instrumentos mais pequenos, existindo belos exemplares deste tipo feitos por Andrea Guarnieri entre 1676 e 1697.
O ilustre luthier Antonio Stradivari, discípulo de Niccolò Amati, também se dedicou à construção de violas. Existe um excelente exemplar de uma viola Stradivari, conservada no seu estado original, que faz parte de um quinteto de instrumentos de corda fabricado por este luthier para a Corte de Médicis, e encontra-se hoje no Conservatório de Florença. Datada de 1690, tem 47,8 cm de comprimento e a sua sonoridade é excelente.

Muitos foram os violetistas que tiveram o privilégio de experimentar estes excepcionais instrumentos. Um deles Primrose, que tocou numa viola Amati, anteriormente herdada do seu pai. Essa mesma viola é agora propriedade de Roberto Díaz, violetista de renome internacional.

Com o decorrer dos tempos a arte da lutherie foi crescendo e aperfeiçoando, até encontrar o que consideraram ser o modelo ideal, variando ligeiramente na amplitude da caixa de ressonância e no próprio tamanho da viola d’arco.

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