quinta-feira, 3 de junho de 2010

Os grandes Violetistas - Michael Kugel

Violetista Russo, Michael Kugel nasceu a 5 de Dezembro de 1946.

Começou por estudar violino na Escola de Música Beethoven e no Kharkov Music College, antes de entrar no Conservatório de São Petersburgo, onde estudou viola (com Juri Kramerov), composição e direcção.

Em 1975 ganhou o primeiro prémio no Concurso Internacional de Viola, em Budapeste (onde Yuri Bashmet e Thomas Riebl também foram finalistas).

Foi solista da "Orquestra Filarmónica de Moscovo", violetista do “Quarteto Beethoven” e professor nas mais prestigiadas instituições de Música.
Michael Kugel apareceu em todo o mundo como solista e maestro com muitas das principais orquestras. Enriqueceu o repertório de viola não só com composições próprias (um Concerto, uma Sonata-Poema para viola solo, Suítes para Viola e Piano), mas também com muitos outros arranjos e transcrições.

Ele é o autor de dois livros: Viola sonata de Shostakovich e O Concerto para Viola de Bartók e A história de uma época e as Obras-primas da música instrumental, estando em fase de elaboração de outras obras essenciais do repertório de viola.

Tem participado em inúmeros Festivais de Música e dá regularmente masterclasses um pouco por toda a Europa.

Michael Kugel foi membro do júri para as competições internacionais de viola em Inglaterra, Áustria, Israel, E.U.A., Croácia, Bélgica, Alemanha, etc…
Gravou cerca de 20 discos e também fez várias gravações com uma viola d'amore.

Michael Kugel é o fundador e Presidente da Sociedade Belga de Viola.

LA

domingo, 30 de maio de 2010

Yuri Bashmet – Andante e Rondó Húngaro para viola e orquestra, op.35 – Weber

Carl Maria von Weber (1786-1826), foi um dos pioneiros do Romantismo alemão, no início do século XIX. Weber escreveu a primeira versão do Andante e Rondó Húngaro para viola e orquestra, op. 35 em 1809, dedicando-a ao seu irmão violetista Fritz. Em 1813 foi transcrita para fagote pelo próprio compositor, a pedido do fagotista Georg Friedrich Brandt.
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O Andante e Rondó Húngaro é um dos trabalhos que ilustra o fascínio pelo antigo Império Austro-Húngaro, pelos tradicionais elementos culturais das regiões da Hungria. Weber não foi o primeiro nem o último a integrar elementos da música húngara a fim de compor uma peça.

O Andante apresenta uma melodia extremamente simples, sobre as cordas em pizzicato, seguindo-se três variações. Na primeira, a orquestra toca o tema original, enquanto a viola tece em torno dele. O solista desenvolve a segunda variação em mais um romance. A terceira variação chega com a viola apresentando um papel ainda mais marcante.

A forma Rondó, ou Rondo em italiano e em francês Rondeau, é uma composição musical onde há uma frase recorrente (A), fácil de memorizar, geralmente leves e alegres, alternadas com várias frases novas (B, C, etc.), com diferente carácter e humor. A estrutura do rondó seria então ABACA…

Na obra musical apresentada, a frase recorrente no Rondó é retirada de uma melodia popular Húngara, entrelaçada com uma série de episódios. No final a viola dedica-se a efeitos virtuosos, num final particularmente amável.
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Dou-vos a conhecer a obra com Yuri Bashmet na viola solo e direcção musical, e os Solistas de Moscovo.



terça-feira, 25 de maio de 2010

Os grandes Violetistas - Yuri Bashmet


Yuri Bashmet nasceu a 24 de Janeiro de 1953. É um violetista e maestro Russo.

Estudou no Conservatório de Moscovo com Vadim Borisovsky - violetista do Quarteto Beethoven. Após a morte deste, continuou a sua formação com Fyodor Druzhinin, de quem viria a ser assistente, tornando-se no mais jovem professor de sempre do Conservatório de Moscovo.

Em 1972, Bashmet comprou uma viola de 1758 fabricada pelo luthier Paolo Testore, que ainda usa em apresentações. Foi premiado em vários concursos de viola, atraindo o reconhecimento internacional. Desde então, apresentou-se com as mais destacadas orquestras mundiais, incluindo a Filarmónica de Berlim, a Filarmónica de Viena, a Sinfónica de Boston, a Sinfónica de Chicago, a Sinfónica de Montreal, a Filarmónica de Los Angeles, a Filarmónica de Londres, entre outras.

O talento de Yuri Bashmet inspirou numerosos compositores contemporâneos que escreveram obras para viola d’ arco que lhe foram dedicadas, estabelecendo relações particularmente próximas com Alfred Schnittke e Sofia Gubaidulina.

Em 1992 fundou os Solistas de Moscovo, agrupamento que dirige e com o qual se apresenta em todo o mundo.

Desde 2002, Yuri Bashmet é maestro principal da Orquestra Sinfónica da Nova Rússia, tendo dado numerosos concertos e realizado digressões por diversos países.

No domínio da música de câmara colaborou com muitos artistas de renome, incluindo Sviatoslav Richter, Gidon Kremer, Mstislav Rostropovich, Maxim Vengerov, Natalia Gutman, Viktoria Mullova e o Quarteto Borodin.

Gravou um vasto repertório discográfico, tendo sido reconhecido, e nomeado para um Grammy Award.

NF

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tabea Zimmermann - Harold en Italie, op. 16 - Berlioz

Harold en Italie, op. 16, é uma obra sinfónica para viola solo e orquestra, composta por Hector Berlioz em 1834.
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Niccolò Paganini, compositor e violinista virtuoso, após adquirir uma soberba viola Stradivarius, incentivou o compositor Berlioz a escrever a obra Harold en Italie. Berlioz começou a compor para viola solo, envolvendo também a orquestra, de modo a não reduzir a eficácia da sua contribuição. Quando Paganini viu o esboço, não aceitou, pois esperava tocar continuamente a solo. Acabaram-se por se separar, deixando Paganini decepcionado. Mais tarde reconciliaram-se, quando Paganini se apercebeu da qualidade da obra musical.

Efectivamente Harold en Italie não é um concerto para viola - daí o espanto inicial de Paganini. A parte de viola é na verdade livre de um extremo exibicionismo técnico. A obra acaba por ser uma obra sinfónica para viola solo e orquestra, dividida em quatro andamentos:

I. Harold aux montagnes (Harold nas montanhas) - Cenas de melancolia, felicidade e alegria de Harold nas montanhas. A orquestra (violoncelos e contrabaixos) instala logo um clima sombrio e misterioso num andamento fortemente cromatizado, dando lugar a uma melodia nas madeiras, até que a viola se apresenta na íntegra com o tema de Harold, a denominada ideia fixa. O andamento continua a sua subida em alegria com um efervescente e implacável allegro, permitindo a viola reafirmar a ideia fixa, sobrepondo-se a um outro fugato, antes de acelerar o ritmo levando o andamento ao fim.

II. Marche des pélerins chantant Prière du soir (Marcha dos peregrinos cantando o hino à noite) - É a evocação de uma procissão de peregrinos no campo, escutando-se a marcha ao longe que se aproxima e depois se afasta. O andamento é notável pelas suas modulações ousadas. A viola entra novamente na secção do meio, liricamente apresentando a ideia fixa na periferia da marcha, antes de assumir um papel de acompanhamento - como uma procissão que se move para longe.

III. Sérénade d'un montagnard des Abruzzes à sa maîtresse (Serenata de um alpinista dos Abruzzos à sua amante) – Começa com uma réplica exacta de "gaitas" italianas. O efeito rústico é concluído totalmente com a introdução da melodia principal (a serenata) pelo corne inglês. A viola reafirma a melodia da ideia fixa e o movimento desenvolve-se com Berlioz a expor o contraponto entre as duas melodias. Termina o andamento num tom aparentemente pacífico.

IV. Orgie des brigands (Orgia de bandidos) – A introdução da viola lembra várias ideias temáticas dos andamentos anteriores, rudemente interrompido pelo acorde fortissimo de toda a orquestra - impetuoso ritmo que forma a orgia em si. Retoma a viola brevemente com a Marche des pélerins e uma declaração final do tema de Harold, como uma lembrança nostálgica do compositor.
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Harold em Itália estreou a 23 de Novembro de 1834 com a Orchestre de la Société des Concerts du Conservatoire, com Chrétien Urhan na viola, sobre a direcção de Narcisse Girard.

Dou-vos a conhecer a obra Harold en Italie, op. 16, com Tabea Zimmermann na viola e a orquestra de Paris, sob a direcção de Christoph Eschenbach - Sem dúvida uma obra encantadora…











Nota: A chefe de naipe das violas d’arco é a nossa querida violetista Portuguesa, Ana Bela Chaves, que há muitos anos integra a Orquestra de Paris!

Os grandes Violetistas - Tabea Zimmermann



Tabea Zimmermann, nascida a 8 de Outubro de 1966 em Lahr, na Alemanhã, é uma violetista muito conceituada da actualidade.

Ela começou a aprender a tocar viola com três anos de idade.
Aos 13 anos de idade, foi estudar para o Conservatório de Freiburg com Ulrich Koch, e prosseguiu os estudos com Sándor Végh no
Mozarteum (Universidade de Salzburgo).

Logo alcançou notoriedade em competições internacionais, ganhando os primeiros prémios em Genève (1982), Budapeste (1984), e Maurice Vieux - Concurso Internacional de Viola, em Paris (1983), no qual foi premiada com um excelente instrumento feito pelo luthier Vatelot Étienne em 1980, instrumento que desde então a tem acompanhado em tournées de concertos por todo o mundo.

Como solista já tocou com numerosas orquestras, incluindo a Orquestra Gewandhaus de Leipzig, a Orquestra Filarmónica de Berlim, a Filarmónica da BBC, a Orchestre de la Suisse Romande, sob a direcção de conceituados maestros.

Altamente comprometida com o repertório do século XX, ela atingiu sucesso notável com a estreia em 1994 da Sonata para viola solo, de György Ligeti.

Leccionou classes de viola d’arco a nível superior em reconhecidas Universidades, e desde 2002 é professora de viola e música de câmara na Hanns Eisler Academy of Music, em Berlim.
As suas realizações e contribuições artísticas valeram-lhe inúmeros prémios nacionais e internacionais.

AFP

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A Viola d’arco em diversas formações instrumentais

Este instrumento tem a particularidade de se poder apresentar em diversas formações instrumentais: a solo, em música de câmara ou em orquestra.

Solo é o desempenho de um só instrumento/artista e o trecho musical por este executado. A palavra solo vem da língua italiana, e significa sozinho.




Música de câmara é uma forma de música composta para um pequeno grupo de instrumentos ou vozes que tradicionalmente podiam acomodar-se nas câmaras de um palácio. Actualmente a expressão é usada para qualquer música executada por um pequeno número de músicos.
Entre os seus géneros mais importantes de música de câmara estão o quarteto de cordas, entre muitas outras diversas combinações de instrumentos. Pode haver também a execução em duo, trio ou mais formações. Nestes casos, geralmente prescinde-se da regência de um maestro. De entre os duos mais comuns encontram-se as Sonatas, normalmente acompanhadas por um instrumento de tecla.








Orquestra difere-se dos outros grupos por ser composta por um número considerado de músicos de diversos instrumentos, e existir a participação de um maestro, o que não acontece com os grupos de música de câmara. Às pequenas orquestras dá-se o nome de orquestras de câmara.
A viola na orquestra pode fazer parte do tutti (todo o conjunto) ou tocar sobre o seu acompanhamento, destacando-se como solista. De entre as composições mais comuns neste tipo de formação em que a viola ganha o protagonismo principal encontram-se os Concertos.


sábado, 8 de maio de 2010

O papel da viola e o seu repertório

Durante muito tempo a viola d’arco teve uma importância reduzida, pois era prática corrente os compositores não escreverem nas partituras as vozes intermédias das suas obras, ficando esta tarefa a cargo dos copistas.

Na música orquestral este instrumento foi um elemento chave de preenchimento harmónico, servindo como um complemento à melodia. Um pouco como o sal na comida: não é o ingrediente principal, mas é sem dúvida indispensável. A viola era então reduzida ao papel de dobrar as outras vozes, até que Bach e Händel lhe começaram a confiar partes bem mais importantes. E com o passar dos tempos, cada vez mais os compositores evidenciaram o papel da viola nas partes orquestrais, tais como Elgar e Richard Strauss.

Também na música de câmara as partes de viola dos quartetos de cordas de Haydn e de Mozart testemunham já um grande desenvolvimento técnico. Mas foi sem dúvida em quartetos de Beethoven, Dvorák, Shostakovich ou Schoenberg que a viola obteve um papel bem destacável.
É com Carl Stamitz, compositor e violetista, que a viola começou a apresentar-se como instrumento solista, embora Telemann já tivesse composto o seu concerto para viola e orquestra. Foi então a partir do séc. XVIII que a viola começou a evidenciar-se a solo, posteriormente com compositores tais como Berlioz, Brahms, Max Reger, Glinka entre muitos outros.

O repertório da viola d’arco é igualmente enriquecido com muitas transcrições de obras escritas para outros instrumentos. Mas o poder expressivo da viola é notável, surgindo no séc. XX os grandes virtuosos, atraindo o interesse de muitos compositores. Entre os violetistas se destaca Lionel Tertis, como sendo o primeiro a elevar a viola d’arco a estatuto de solista, seguindo-se William Primrose. Este instrumento assistiu então ao seu período áureo na história da música com compositores tais como Walton, Bartók e Martinů, explorando os limites técnicos do instrumento ao máximo. Um outro compositor, destacado pela quantidade de obras-primas para a viola d’arco, foi Paul Hindemith. Sendo ele próprio violetista, realizou a estreias das suas obras.
Na última metade do século XX, continuou a ser produzido um repertório substancial de obras para viola. Muitos compositores, incluindo Schnittke, Sofia Gubaidulina, Kancheli e Penderecki, escreveram concertos para viola.

E chegamos ao séc. XXI! O repertório deste instrumento não ficou por aqui. Amanhã há mais!...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ao longo da história…

Na história da música clássica, a viola tem desempenhado um papel bastante importante, reconhecida por diversos compositores e autores de tratados. Na verdade, a viola d’arco foi a Cinderela da família no século passado (séc. XX), que com o seu notável poder expressivo fez surgir os grandes virtuosos da viola, atraindo o interesse de muitos compositores.

A evolução da viola d’arco teve início por volta de 1500, em Itália, a partir de instrumentos de arco anteriores. Ou seja, não há ao certo uma origem determinada, mas sim um conjunto de mudanças ao longo dos tempos, até à estrutura que hoje conhecemos.

O termo viola na Idade Média era uma denominação comum entre todos os instrumentos de cordas tocadas com arco, existindo muitas variações que correspondiam a cada uma das extensões da voz humana.
A forma da viola d’arco como é hoje conhecida não foi inventada, mas foi sim o resultado de uma evolução de formas diferentes, por artesãos diferentes. Há pinturas e outros documentos, que provam ao longo dos tempos, que os luthiers (construtores de instrumentos) experimentaram vários formatos e tamanhos os instrumentos de arco.

De qualquer forma, os primeiros a construírem estes instrumentos com a forma que conhecemos hoje em dia foram Andrea Amati, (n. 1505) e Gasparo da Salò (n. 1540). Os instrumentos feitos por estes luthiers italianos possuem um tamanho bastante maior do que o da viola actual. Mais tarde fabricaram-se instrumentos mais pequenos, existindo belos exemplares deste tipo feitos por Andrea Guarnieri entre 1676 e 1697.
O ilustre luthier Antonio Stradivari, discípulo de Niccolò Amati, também se dedicou à construção de violas. Existe um excelente exemplar de uma viola Stradivari, conservada no seu estado original, que faz parte de um quinteto de instrumentos de corda fabricado por este luthier para a Corte de Médicis, e encontra-se hoje no Conservatório de Florença. Datada de 1690, tem 47,8 cm de comprimento e a sua sonoridade é excelente.

Muitos foram os violetistas que tiveram o privilégio de experimentar estes excepcionais instrumentos. Um deles Primrose, que tocou numa viola Amati, anteriormente herdada do seu pai. Essa mesma viola é agora propriedade de Roberto Díaz, violetista de renome internacional.

Com o decorrer dos tempos a arte da lutherie foi crescendo e aperfeiçoando, até encontrar o que consideraram ser o modelo ideal, variando ligeiramente na amplitude da caixa de ressonância e no próprio tamanho da viola d’arco.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Descubram as diferenças entre a viola d'arco e o violino!

Não é raro a Viola d’arco ser confundida com o violino. Ambos são instrumentos musicais de quatro cordas friccionadas por um arco. A sua semelhança com o violino é grande que iremos compará-los neste post.
A Viola d’arco é, um pouco maior que o violino e ligeiramente mais pesada. Na ilustração deste post temos a Viola d’arco à esquerda e o violino à direita. Os seus arcos também têm pesos e tamanhos diferentes. Assim como o violino, é colocada debaixo do queixo para ser tocada, mas, como o seu comprimento é maior que o do violino, o som será mais doce, encorpado, menos estridente e mais grave do que este.
Enfim, se quiserem realmente apreciar a diferença entre o violino e a viola, eu recomendo uma peça onde tocam juntos, como esta pequena amostra a partir do segundo andamento (Andante) da Sinfonia Concertante para violino, viola e orquestra em MibM, K364 de W. Amadeus Mozart, na interpretação de Maxim Vengerov ao violino, e Lawrence Power na viola d'arco.




Nota:
Quem toca Violino é chamado de violinista.
Quem toca Viola d’arco é chamado de violetista.

sábado, 17 de abril de 2010

Denominações do instrumento

Na língua inglesa, este instrumento é chamado simplesmente de Viola, assim como em italiano, com a respectiva pronúncia. Curiosamente a palavra Viola foi utilizada até o Século XVI para denominar genericamente qualquer instrumento de cordas tocado com um arco.

Em alemão ela é chamada de Bratsche, uma derivação de Braccio (braço em italiano, remetendo-nos para o seu antepassado – viola da braccio).

Em francês ela é chamada de Alto.

Em Portugal é conhecida tanto como Viola d'arco como Violeta. Eu particularmente prefiro chamá-la de Viola d’ arco ou somente Viola, inserindo-a num contexto específico, onde este instrumento é único, como numa orquestra, para não ser confundido com outros instrumentos.
O instrumentista que toca Viola d’arco é chamado de violetista.

A Família das cordas friccionadas

O violino, a viola d’arco, o violoncelo e o contrabaixo pertencem ao grupo das cordas friccionadas. Sabes o que é que estes instrumentos têm de mais em comum? -Todos se tocam com um arco!

Violino - É um instrumento de cordas cujo som é provocado pela fricção das cordas por crinas de cavalo, montadas no arco.
O violino para ser tocado é encaixado no ombro esquerdo e por baixo do queixo do executante, enquanto o arco é segurado com a outra mão e assim fricciona as cordas. Com quatro cordas, assim como todos os instrumentos desta família, o violino é um instrumento com mais de cinco séculos.

Viola d’arco - Maior do que o violino, e também usualmente chamada de violeta, este instrumento tem um papel fundamental quer a solo quer em pequenos grupos de música de câmara, como o quarteto de cordas. Neste grupo, assim como numa orquestra por exemplo, ela é muito importante para completar a melodia dos violinos, com os seus sons mais graves, quentes e aveludados.

Violoncelo - Este instrumento não se toca na mesma posição que o violino ou a viola d’arco. Toca-se amparado entre as pernas do violoncelista. Encontra-se apoiado sobre um espigão metálico amovível e o braço do instrumento fica encostado ao ombro do músico. As cordas grossas e o tamanho da caixa de ressonância conferem-lhe um som grave e forte.
Contrabaixo - Quanto ao contrabaixo é o mais grave do que o resto do grupo. É tão grande que para se tocar, tem que se estar de pé. É um dos instrumentos favoritos dos compositores de jazz.

O seu Arco


A viola é geralmente tocada com um arco, como o seu nome indica, constituído basicamente por uma vara de madeira e crinas de cavalo presas entre a ponta e o talão (onde se segura), em extremidades opostas. Possui também um parafuso que aperta ou solta as crinas (ou cerdas) que podem também ser compostas por um material sintético mais barato, embora pouco agradável. Nas cerdas é colocada uma resina que ocasiona atrito entre as crinas e as cordas de forma intermitente, fazendo com que vibrem e produzam o som. A vara é feita de uma madeira especial, embora aja algumas inovações no design do arco, recentemente usando fibra de carbono.
O arco é uma das partes mais importantes da viola, e pode custar muito dinheiro. Na verdade, um bom arco é quase tão importante para o violetista como uma boa viola! Há muitos efeitos diferentes se pode fazer com o arco, proporcionando-nos diferentes sonoridades, como iremos ter a oportunidade se apreciar.

Sua constituição



A viola é um instrumento formado basicamente por uma caixa com diversos componentes agregados ao seu corpo.

Voluta: tem uma função predominantemente estética. O estilo, em forma de caracol, dá à viola d’arco uma característica muito própria, como se fosse a assinatura do autor. Num instrumento de fábrica a voluta é feita por uma máquina copiadora, o que padroniza as suas formas. A voluta e as cravelhas compõem a “cabeça” da viola.

Cravelha: é uma peça de madeira que na sua extremidade se fixa a corda, e é usada para afinar o instrumento, girando-a a fim de esticar ou alargar a corda. Como todos os instrumentos de corda, a viola desafina com relativa facilidade, especialmente com mudanças de temperatura, ou em viagens longas, e principalmente quando as cordas são novas e precisam ser acomodadas.

Cordas: eram antigamente feitas de tripa de carneiro. Hoje são de aço cromado ou de material sintético, revestidas com uma fita metálica de alumínio, níquel, ou, as melhores, de prata. A afinação das cordas seguindo da mais aguda para a mais grave é Lá (1ª corda, a mais fina), Ré (2ª corda), Sol (3ª) e Dó (a 4ª corda, e mais grossa).

Braço: é a peça que estende as cordas para fora da caixa de ressonância (o corpo) do instrumento até a caixa de cravelhas, e suporta a tensão das quatro cordas.

F's: pela semelhança à letra efe, são as aberturas acústicas, os orifícios, que permitem os sons (vibrações), amplificados pelo corpo do instrumento, atingir o espaço externo e finalmente os nossos ouvidos.

Cavalete: também chamado de ponte, é a peça na qual se apoiam as 4 cordas. A parte inferior do cavalete - dois pequenos pés - fica apoiada no tampo harmónico da viola (tampo superior). Pequenas ranhuras no cavalete mantêm as cordas no lugar. O cavalete transmite as vibrações das cordas para a caixa de ressonância ou corpo da viola.

Micro-afinador ou Esticadores: é uma peça metálica que se prende no estandarte, correspondente às cordas. Possui um parafuso que ao girá-lo, permite precisão na afinação de cada corda.

Estandarte: suporta as cordas a uma determinada distância do cavalete, além de acomodar os 4 esticadores que auxiliam na afinação das cordas.

Botão: sustenta o estandarte e a tensão das cordas.

Pestana: geralmente são feitas de ébano ou de alguma madeira dura. A pestana possui ranhuras sobre as quais deslizam as cordas. A altura da pestana regular a altura das cordas sobre a escala.

Espelho ou mais vulgarmente denominado por Escala: é uma peça colada no braço da viola, servindo como base sobre a qual as cordas são pressionadas, o que ocasiona o seu desgaste. Com o uso formam-se sulcos que prejudicam muito o rendimento do instrumento. De tempos em tempos é necessário um alisamento da peça ou, eventualmente a sua substituição.

Costelas ou Ilhargas: são feitas de seis finas faixas de madeira (geralmente a mesma do fundo) e são moldadas em ferro quente formando as laterais do corpo do instrumento.



Tampo: esculpido em formato arqueado, o tampo é o responsável pela amplificação da vibração das cordas. Possui internamente a barra harmônica que vibra em ressonância com o tampo.

Barra Harmónica: é colada no interior do tampo, passando abaixo do pé do cavalete, do lado das cordas mais graves. Serve para reforçar o tampo devido à enorme pressão sofrida pelo instrumento na região do cavalete, distribuindo a vibração.

Alma: é uma peça de madeira cilíndrica que se encaixa, entre o tampo e o fundo, próximo ao pé do cavalete do lado das cordas agudas. Deve ter o comprimento certo para que se encaixe sem forçar o tampo e não caia ao alargar as cordas. Tem como finalidade favorecer a vibração do instrumento como um todo. Assim como o cavalete, a sua adaptação é crítica e influencia directamente na sonoridade do instrumento.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

À descoberta da viola d'arco


A viola d’arco, também denominada de violeta, é um instrumento musical com características semelhantes ao violino, sendo então por inúmeras vezes confundida com este. Um pouco maior do que o violino, o seu timbre é muito mais doce e quente, podendo-nos proporcionar momentos de extrema sensibilidade. Tal como o seu nome indica, a viola d’arco necessita também de um arco, que pela sua fricção nas cordas do instrumento por crinas de cavalo, as faz vibrar, produzindo deste modo o som. Da mesma forma que o violino, a viola d’arco para ser tocada é encaixada no ombro esquerdo, e por baixo do queixo do executante, enquanto que a mão direita segura o arco. Pelo seu som ser mais grave, praticamente toda a música para viola se escreve na clave de Dó, apenas se utiliza a clave de Sol nas passagens mais agudas.